Acesso do trem ao aeroporto será feito em um minuto e meio, segundo idealizador.
Atravessar a passarela carregados de malas e ainda pegar um micro-ônibus de um terminal para o outro não será mais a realidade dos usuários da Trensurb e dos passageiros do Aeroporto Internacional Salgado Filho a partir da metade do ano. Segundo Oskar Coester, diretor-presidente do grupo Coester (com sede em São Leopoldo) e inventor do aeromóvel, veículo a ser utilizado no transporte, 50% da instalação das estacas e pilares para a sustentação da estrutura está pronta. Ao todo, serão 48 pontos. ‘‘A T’Trans, empresa carioca também está responsável por fazer os dois veículos, um com capacidade para 150 e o outro para 300 pessoas. No entanto, se atrasarem, a Aeromovel Brasil, do grupo Coester, já tem um de backup para operar as primeiras viagens. Feito aqui na Coester, tem 150 lugares e 24 assentos, além da acessibilidade prevista.’’
AEROMÓVEIS NA CAPITAL
Em dezembro de 2011, também foi assinado um termo de cooperação entre a prefeitura de Porto Alegre e a Trensurb para analisar a criação de outra linha do aeromóvel na capital. Teria aproximadamente 7,2 quilômetros, ligando a Usina do Gasômetro, no Centro Histórico, ao Jockey Club, no bairro Cristal. Conforme cálculos da Trensurb, o investimento seria de cerca de R$ 20 milhões por quilômetro - R$ 144 milhões no total.Nos próximos anos, também está prevista a instalação do aeromóvel em frente a Pontifícia Universidade Católica (PUC/RS) para a travessia da Avenida Ipiranga, na Zona Norte.
INVENÇÃO CAPILÉ
Movidos a ar por intermédio de turbina, controlados automaticamente, de alta tecnologia e baixo impacto ambiental, os aeromóveis farão o trajeto entre aeroporto e estação de trem sobre uma linha elevada de 998,63 metros. Cada viagem terá duração de cerca de 90 segundos, sem custo nenhum para os usuários.De acordo com o idealizador do projeto é simples.‘‘Apenas coloquei de cabeça para baixo o sistema de barco a vela’’, descreve.
Caráter experimental
No Brasil, o sistema aeromóvel já operou, por exemplo, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Também é possível conhecer o sistema em Porto Alegre. Até hoje em caráter experimental, o veículo está instalado entre as Avenidas Loureiro da Silva e Presidente João Goulart, próximo da Usina do Gasômetro. Fora do País, já esteve em demonstração na Feira Hannover (Alemanha), em 1980, e desde 1989, é utilizado comercialmente em Jacarta, na Indonésia.
Tecnologia nacional
Estimada em R$ 29,9 milhões e administrada pela Trensurb, a obra iniciou em agosto do ano passado e é uma das primeiras executadas com recursos federais para a Copa do Mundo 2014. Um dos destaques é a tecnologia aplicada, que é 100% nacional, ecosustentável e se configura em uma alternativa de mobilidade urbana. ‘‘Houve um crescimento desordenado da frota de veículos, principalmente nas grandes cidades. No entanto, o tamanho das ruas e avenidas continua o mesmo, o que acaba por gerar congestionamentos quilométricos. E o custo de toda a infraestrutura (com vias e veículos, por exemplo) versus o peso de carga útil transportada é só desvantagens, sem falar na poluição e no espaço ocupado. O peso morto precisa ser drasticamente reduzido.’’ Oskar argumenta com base no seguinte cálculo: um carro leve pesa cerca de mil quilos; e levando em conta uma taxa média de ocupação de 1,2 passageiro/automóvel nos centros urbanos, tem-se como resultado menos de 10% de carga útil transportada.
Fonte:JG
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